Se acreditarmos que tudo o que existe no universo não surgiu por acidente, então houve uma intenção de criar tudo isso. Houve uma força com intenção e vontade de criar. Essa força, que recebe vários nomes, eu e muitos chamamos de Deus, O Todo Poderoso.
Se tudo o que existe no universo tem uma origem comum, então tudo e todos temos a mesma origem. Somos filhos da mesma força criadora. Somos todos irmãos. Pessoas, plantas, animais, terra, ar, fogo, água, e tudo quanto existe, somos todos irmãos, filhos da mesma força criadora. Ou seja, essa força é o nosso antepassado comum. É por isso que quando tratamos mal uma dessas “coisas” criadas, esse mal volta para nós, porque somos todos a mesma “coisa”.
Tanto a Bíblia como a Geologia confirmam que o Ser Humano foi a última criação dessa força. Elementos químicos foram-se combinando para formar as galáxias, os planetas, as estrelas, os astros, etc. Quando se formou a terra, de seguida formou-se a água, e da água é que surgiram os seres vivos. Uns continuaram a viver na água, outros foram para a terra firme e outros ainda para o ar. Nesse processo, o Ser Humano foi o último a ser criado.
O Ser Humano é a encarnação mais inteligente dessa força criadora. É como se disséssemos que Deus (a força criadora) “gostou” tanto do que criou que quis viver na sua criação, por isso criou os seres vivos. Criou o homem e a mulher como a sua expressão mais perfeita. Os únicos seres capazes de ordenar e comandar a criação como se fossem deuses. Por isso a Bíblia diz que nós fomos feitos à imagem e semelhança de Deus.
Mas, e sempre tem um “mas”, o Ser Humano, como todos os seres, é mortal. Tem princípio e tem fim. Nasce e morre, numa ironia tal que nos deixa admirados, ou seja, como é que os únicos seres capazes de ordenar e comandar a eterna criação, não vivem eternamente? Não são eternos, pelo menos fisicamente?
A morte existe justamente para todos sabermos que o poder que temos tem dono. Nós somos simples usuários desse poder, mas não somos O Todo Poderoso. Nós não somos a força criadora. Nós não somos Deus. Nós somos uma das criações dessa força e estamos sujeitos às suas “leis”. Tudo o que fizermos na tentativa de provarmos o contrário, será em vão. Ou seja, patrão é patrão!
Nós os seres humanos temos dificuldades em aceitar que existe uma força superior à nossa. Que a nossa força não existe sem essa grande força criadora. O mesmo acontece com filhos que quando crescem acham que já não precisam dos pais. Filhos que acham que os pais não são nada porque eles já fazem filhos.
A força criadora existe independentemente das explicações que inventamos para entendermos a existência dela. Independentemente das religiões. Essa força não é assunto exclusivo de nenhuma religião ou fé. É assunto de todos e de tudo o que foi criado.
Meus amigos e amigas, o facto de entendermos mal os nossos pais, não quer dizer que eles não existem. Há filhos que entendem melhor os pais do que os irmãos, mas isso não quer dizer que eles são os únicos que têm autorização para falar dos pais. E mesmo que viajemos, e deixemos de ver os nossos pais, eles continuam a existir. Existem numa recordação, num conselho que nos deram e sempre que nos olhamos ao espelho. Existem dentro de nós.
Deus (essa força criadora) existe e manifesta-se em cada “coisa” que criou. Nas coisas vivas e nas que consideramos sem vida. Essa força existe e manifesta-se em tudo. No Ser Humano, essa força existe como uma voz interior. Todos nós escutamos essa voz a disputar com outra voz dentro de nós. Uma voz diz “faz”, a outra diz “não faz”. Dependendo da voz que escolhemos seguir, descobrimos qual era a voz de Deus e qual era a voz dos nossos caprichos. A voz da força criadora (Deus) orienta-nos sempre para fazer coisas que podem até custar no princípio, mas no fim trazem uma felicidade duradoura. A outra voz (egoísta) orienta-nos para coisas fáceis que trazem uma felicidade imediata e passageira, mas que sempre acabam em sofrimento.
Mas por quê essa força quer o nosso bem? Ora essa, por quê haveria de querer destruir o que criou?
Com tudo isso quero dizer que nós, Seres Humanos, fomos destinados a agir em nome dessa força e com essa força. Agir para o bem de tudo o que foi criado. Ficar de braços cruzados e esperar que essa força aja por si é contrariar a lógica da criação. É querer jogar sem obedecer as regras do jogo. É ignorância. É não entender bem as coisas.
Nós fomos criados justamente para agirmos, e não para esperarmos que algo caia do céu para isso. Algo já caiu do céu para isso. Esse “algo” somos nós!