Início Moçambique Expansão dos canaviais em Moçambique foi impulsionada por projeto inovador de brasileiro.

Expansão dos canaviais em Moçambique foi impulsionada por projeto inovador de brasileiro.

Para além de aumentar consideravelmente a velocidade de expansão e a taxa de sucesso da produtividade do canavial, essa inovação reduziu significativamente os custos do plantio e tempo de expansão dos canaviais.

Em 2009, diante do desafio de dobrar a área de plantio de cana-de-açúcar de 15.000 hectares para 30.000 em Marromeu, na província de Sofala, um projeto logístico experimental liderado pelo brasileiro Juliano Braga e sua equipe técnica revolucionou o cenário da produção agrícola em Moçambique. O projeto não apenas possibilitou o envio de mudas adaptadas às condições climáticas locais, mas também marcou um avanço significativo na inovação tecnológica do setor, cujos benefícios ainda são evidentes nos dias de hoje.

Moçambique foi o primeiro país a se beneficiar da tecnologia desenvolvida por Juliano Braga e sua equipe, que possibilitou o envio de mudas de cana-de-açúcar produzidas em laboratórios de empresas brasileiras para o continente africano. Essas mudas, prontas para serem plantadas em viveiros de multiplicação, eliminaram o risco de contaminação, garantindo a segurança alimentar da região central e de todo o país.

A cana-de-açúcar é uma cultura perene com um ciclo de vida muito mais longo do que outras commodities agrícolas, como o milho, por exemplo. Seu processo de crescimento e maturação pode levar de 12 a 18 meses, enquanto o milho pode ser colhido de 3 a 4 meses. Essa diferença significativa impacta diretamente na velocidade de expansão da cultura, que depende principalmente da propagação vegetativa em vez de brotação de sementes.

A solução encontrada era a obtenção em grande escala de mudas — precisamente 2.000, mas, na época, não havia canaviais suficientes para utilizarmos como muda para realizarmos o plantio nem tecnologia adequada para isso. Foi quando Juliano recebeu a missão de resolver esse problema da expansão sustentável do canavial e da empresa franco-brasileira na época.

“A missão era supercomplexa! Tínhamos que enviar mudas livres de patógenos, respeitando o ciclo de vida da planta durante o transporte de aproximadamente 25 dias! Cada detalhe de cada etapa do transporte foi meticulosamente planejado, desde o timing preciso do ciclo de desenvolvimento “in-vitro” da muda que deveria enraizar durante o transporte, até as possíveis intempéries às quais o dispositivo que projetamos poderia estar sujeito. Era fundamental garantir a sobrevivência das mudas e a segurança sanitária, para que pudéssemos garantir o sustento de 10 mil famílias de trabalhadores “, comenta Juliano.

Hoje em dia a tecnologia ainda é usada para transporte de mudas em longas distâncias e para outros países. Sr. Juliano Braga comenta que ficou muito feliz pois depois da criação da tecnologia mudou-se para Marromeu onde ficou por 4 anos acompanhando o ciclo de vida do canavial e viu de perto a transformação da produtividade naquela época.

Tenho um carinho especial por Moçambique e pelos Moçambicanos. Jamais esquecerei as palavras do hino nacional que refletiam a nossa realidade na época pois éramos muitos braços e uma só força”. comenta o Sr. Juliano Braga que residiu na província de Sofala de 2011 a 2015 quando foi Director de Suprimentos da açucareira de Marromeu, onde contribuiu para outros projetos logísticos importantes neste período.

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