Num conto que tece alegorias sobre a interdependência e a humildade, a boca, cheia de vaidade, provocou uma discussão entre os órgãos do corpo, questionando qual deles seria o mais importante. Cada órgão, dos olhos aos ouvidos, das mãos ao coração, da barriga às pernas, reivindicou a primazia pela função que desempenhava, argumentando sua essencialidade para o bem-estar e a sobrevivência do corpo.
Em meio ao debate, uma situação prática surgiu: a chegada da hora de se alimentar. Os olhos avistaram a comida, o coração sentiu-se tocado pela perspectiva de nutrição, a barriga ansiava pela satisfação, os ouvidos captavam os sons do ambiente, as mãos preparavam-se para servir, e as pernas sustentavam o corpo. No entanto, a boca, persistindo em sua postura de autoimportância, recusou-se a comer, demonstrando uma greve de fome que afetaria todos os demais.
Com o passar do tempo, a recusa da boca em se alimentar começou a debilitar todos os outros órgãos, que perderam forças e vigor. Confrontados com a realidade de sua interdependência e a crucial necessidade de cooperação para a sobrevivência, os órgãos reconheceram a boca como o órgão mais importante, coroando-a como seu rei, não por sua capacidade de se impor, mas pela essencialidade de sua função no conjunto das operações vitais do corpo.
Esta história simboliza a ideia de que, embora cada parte tenha sua função específica e sua importância, a colaboração e o reconhecimento mútuo são fundamentais para o funcionamento harmonioso do todo. Ensina, assim, uma lição valiosa sobre o respeito pelas diversas contribuições individuais e a importância da humildade e do trabalho em equipe.