Estamos na época mais quente do ano. E cá entre nós, quente mesmo, porque para além de aquecer apenas a temperatura, aquece também a conjuntura, e obvimente aumenta a factura, de água, luz, cerveja…
Nesta época, a pouca vergonha desfila de mãos dadas com a vontade de se refrescar e se torna madrasta do pudor . Entramos então para a época dos “mini”; mini-saia, mini-calções, mini-blusas e a mini-vergonha entra no pacote.
De dia ou de noite, as nossas irmãs e filhas transformam os espaços públicos em verdadeiras praias sem água nem sal, só com a frescura dos queixos caídos e os olhos dos homens que filmam estas cenas indiscretamente, ainda bem que só terminam nas vontades mesmo!
Dizem os mais velhos que em tempos mulheres desinibidas eram passíveis de ser fuzilado (nos dias de hoje estaríamos a concorrer para o despovoamento de Maputo), qual fuzilamento qual quê!
Enfim, são os ventos da modernidade que nos arrastam aos brasileirismos que retiramos das telenovelas, em que as peças de roupa tendem a perder a altura levando consigo a vergonha que nos restava…
Osvaldo Agostinho